Antiga sede da Fazenda Butantan, possivelmente construída no final do século 19, foi reformada para receber a família do então diretor do Instituto Butantan, Vital Brazil. Assim, em 1905, a singela construção rural ganhou aspecto sofisticado para a época, similar às residências urbanas contemporâneas dos novos bairros paulistanos. Passou por novas reformas: em 1928, com o objetivo de se tornar a residência temporária do cientista Afrânio do Amaral, que também foi diretor da instituição; e em 1931, para sediar o Grupo Escolar Rural. 

As sucessivas intervenções, embora tenham alterado a construção, mantiveram certas características originais, como a fachada sudoeste e o frontão principal com suas portas e janelas. A coloração externa, supostamente amarela, tornou-se rosada desde meados dos anos 1970, o que lhe rendeu o apelido de “Casa Rosa”. Recentemente, foi a sede de alguns laboratórios do Butantan, assim como do Centro de Desenvolvimento Cultural (CDC). Em breve, será instalado ali o Museu da Vacina. 

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Construído em 1919, o edifício destinava-se originalmente ao Instituto de Veterinária de São Paulo. Funcionou como escola até 1924, ano em que Vital Brazil voltou à direção do Instituto Butantan. Com a transferência do curso, o Pavilhão serviu de residência e gabinete de despachos do diretor. 

Por ter abrigado diversos laboratórios naquela época, passou a ser conhecido como Laboratório Experimental. Mas também abrigou, ao longo de sua história, posto médico, biblioteca e até mesmo o Museu do Instituto (atual Museu Biológico). Em 1969, foi utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a criação do Centro de Pesquisa e Formação em Imunologia da Organização Pan-Americana de Saúde. 

Dentro do conjunto de construções históricas do Butantan, é o exemplo mais representativo de arquitetura inspirada na Escola de Belas Artes de Paris. O nome é uma homenagem ao cientista José Lemos Monteiro que morreu ao ser infectado acidentalmente durante uma pesquisa para o desenvolvimento de uma vacina contra o tifo (febre maculosa) em 1935.

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Marcada por paralisações e retomadas, a construção começou em 1939, com o objetivo de criar espaços mais adequados para os laboratórios do Butantan. Foi inaugurado em 1945, com as obras ainda incompletas. Idealizado em estilo art déco, que era moda em São Paulo nos anos 1930, possui salas amplas e naturalmente iluminadas. O saguão principal se destaca pelos arremates de mármore e elementos de bronze e latão, além do vitral e da escadaria. 

Ali se instalou, em 1948, um busto de Vital Brazil, cuja inauguração contou com a presença do então governador Adhemar de Barros. Nessa época, a imponente edificação passou a ser conhecida como Prédio Novo, designação que permanece até a atualidade. Ao longo de sua história, já recebeu setores e laboratórios do Instituto, como Toxinas e Antitoxinas (1944), Anatomia e Fisiologia Patológica (1947), Parasitologia (1953-1960), Farmacologia (1954), e ainda hoje abriga diversos deles. 

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Foi construído em 1916 para compor os edifícios do núcleo central do Instituto Butantan (Edifício Central, Serpentários, Quiosque de Recepção de Serpentes e Pavilhão da Opoterapia). Inicialmente, servia de cavalariça para 50 cavalos, além de espaço para extração de plasma, tratamento e pesagem dos animais imunizados no processo de produção de soros e vacinas. Após a compra da Fazenda São Joaquim, em 1945, essas atividades foram transferidas para o local, no interior de São Paulo, onde são realizadas até hoje. A cocheira ficou desativada por alguns anos, até ser reformada para receber o Museu do Instituto (atualmente chamado de Museu Biológico) em 1966. Na época, a famosa arquiteta modernista Lina Bo Bardi, chegou a realizar estudos para reformar o edifício que receberia o Museu, mas o projeto não foi levado adiante.

A construção exibe elementos inspirados no movimento artístico Secessão de Viena, derivado do art nouveau, com destaque para as janelas em formato de ferraduras. 

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Construído em 1911, só foi inaugurado três anos depois, junto com o Prédio Central (atual Edifício Vital Brazil). Por décadas, o Serpentário cumpriu a função de armazenar animais para pesquisa e produção de soros. Ali também aconteciam exibições públicas da extração de venenos. Nos dias de hoje, o viveiro tem o objetivo de permitir a observação de espécies brasileiras em ambiente semelhante ao seu habitat natural. No entanto, a coleta da peçonha dos répteis é feita em laboratórios específicos. 

O Serpentário passou por diversas reformas desde sua inauguração. Inicialmente inspirado no movimento artístico Secessão de Viena, derivado do art nouveau, possuía um pequeno gradil ao redor e, no perímetro interno, um espelho d’água para isolar as serpentes do público. A remodelação dos anos 1950 alterou seu aspecto original para nova feição art déco, com simplificação das formas, geometrização e redução de elementos decorativos. O que deixou o Serpentário melhor ajustado ao manejo e à observação das serpentes. Já na remodelação dos anos 2000, o espaço ganhou um novo jardim e espelho d’água ao centro.

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Antigo Prédio Central, foi rebatizado em 2014 como Edifício Vital Brazil, cem anos após a sua inauguração. Foi projetado e construído com o objetivo de mostrar a vanguarda científica do Butantan à época. A arquitetura sóbria tem influência do movimento artístico Secessão de Viena, derivado do art nouveau, com elementos característicos como o painel artístico sobre a porta de ingresso e a inscrição em grandes letras, gravadas em rebaixo, sobre as duas fileiras de janelas do primeiro piso. No interior, chamam a atenção os vidros das portas das salas em que foram gravados a jato de areia o monograma do Instituto à época. Foi dotado de salas para conferências, biblioteca, museu e laboratórios de pesquisa e produção, conforme o desejo de Vital Brazil em criar espaços adequados para expandir suas atividades científicas. 

Após abrigar vários laboratórios e destinar algumas salas para coleções ofiológicas, entre outras, a edificação passou por obras de conservação e restauração. Atualmente, além da Biblioteca, recebe o Centro de Memória e o Museu Histórico. 

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Concluída em 1931, foi erguida para servir de moradia para o cientista e então diretor do Butantan, Afrânio do Amaral. A construção sofreu influência de residências norte-americanas, provavelmente a pedido do próprio Afrânio, que passou uma temporada como pesquisador naquele país. Foi idealizada de acordo com conceitos do movimento neocolonial, que remete a casas de campo inglesas da segunda metade do século XIX, além de incluir detalhes em estilo art déco. Exibe alvenarias de tijolos à vista e molduras e barrados em argamassa raspada, com delicados trabalhos de rusticação e um vitral na escadaria interna do edifício. 

Entre 1945 e 1947, abrigou o Hospital Vital Brazil. Também já sediou o Museu do Instituto Butantan (nos anos 1960) e a Diretoria Técnica (até 2019). Em 2018, recebeu oficialmente o nome atual. Hoje, os espaços internos acomodam escritórios ligados às atividades culturais do Instituto, assim como exposições, palestras e oficinas.

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Formado por dois galpões datados de 1917, um de madeira e o outro de alvenaria. Eram usados para guardar ferramentas, veículos e forragem para os animais usados na produção de soros e pesquisas. Também abrigavam espaços para serviços de ferreiro e seleiro, além de guarda, reparo e manutenção de carros, máquinas e equipamentos agrícolas. Por essa razão, uma das construções ainda hoje é chamada de paiol. Entre 2007 e 2009, foi alvo de intervenções de restauro e reforma para transformar o conjunto em um Centro Cultural. Uma das melhorias foi a introdução de uma estrutura plana a fim de proteger a entrada dos ambientes e, ao mesmo tempo, integrá-los. Atualmente, é utilizado como Centro de Difusão Científica (CDC), com atividades de recepção dos visitantes, cursos, palestras e exposições.

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

O prédio foi erguido na década de 1970 para funcionar como restaurante para uso de visitantes e funcionários do Butantan. Após ser desativado como refeitório, sua estrutura de concreto armado ficou desativada. Mas, em 2002, serviu de base para uma nova instalação onde funcionaria o Museu de Microbiologia. Idealizado pelo cientista Isaías Raw, trata-se de um dos primeiros do gênero do país, uma vez que apresenta uma proposta educacional inovadora até então, com foco na interação com o público. 

Dividido em três áreas principais (exposição permanente, auditório e laboratório didático), o museu deve seu aspecto às restrições impostas pelas características da antiga construção. O resultado final aponta para insinuados volumes e transparências contemporâneas, com destaque para o ripado de ipê natural, que reveste o edifício. Os caixilhos foram trocados e o setor de ambientes herméticos foi fechado com alvenaria de massa grossa desempenada pintada de branco. A qualidade do projeto está justamente no contraste do peso e da opacidade do volume branco com a leveza e a transparência do rendilhado de madeira.

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

O Centro Administrativo ocupa o espaço do antigo Paço das Artes. A estrutura corresponde apenas uma parcela da construção modernista projetada pelo arquiteto italiano Jorge Wilheim nos anos 70. O espaço foi idealizado como um grande complexo destinado às artes, exposições, sede para conferências e abrigo para artistas convidados. Contudo, a obra nunca foi finalizada. Exceto o espaço do museu onde ocorriam as exposições desde 1994. Em 2016, por meio de acordo com governo do Estado de São Paulo, o Paço passou a ser propriedade do Instituto Butantan. As obras iniciaram em 2018 e, atualmente, o novo espaço abriga o Centro Administrativo, a Diretoria Técnica e o futuro Centro de Ensino do Instituto Butantan.

Obs: Este espaço é exclusivo para colaboradores do Instituto Butantan e não está aberto para visitação do público. 

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Inaugurado em 1893, como sede do Desinfectório Central de São Paulo, em meio a uma crise sanitária causada por diversos surtos (varíola, febre amarela, tifóide e cólera). Na época, a desinfecção era uma prática importante de saúde pública, e a construção evidencia sua importância nas ações do Estado. Com a extinção do Serviço Sanitário em 1925, a instituição foi incorporada à Inspetoria da Profilaxia de Moléstias Infecciosas. Já nos anos 1960, surge a ideia de homenagear o médico Emílio Ribas, antigo diretor do Serviço Sanitário. O Museu foi criado, então, em 1976, mas só foi ali instalado em meados dos anos 1980. 

A obra foi concebida seguindo um estilo arquitetônico popular no final do século 19, com a frente decorada com ornamentos clássicos, enquanto as dependências são construções rústicas. Em 2010, o Museu de Saúde Pública Emílio Ribas foi vinculado ao Instituto Butantan.

Obs: Este museu está localizado fora das instalações do Butantan, no bairro do Bom Retiro. 

Fonte: Edificações do Instituto Butantan, livro do arquiteto Sergio De Simone

Este é o prédio da antiga cocheira, que foi remodelado e restaurado para apresentação de exposições temporárias, sobre temas de interesse do Instituto Butantan. Já foi também o local do Museu Histórico, que hoje fica no subsolo do Prédio Vital Brazil. 

O espaço está em fase final de organização para receber a exposição temporária de estreia “120 anos do Instituto Butantan”.